A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão. É uma das maiores glândulas do corpo humano, semelhante à forma de uma borboleta. Tem como função atuar em órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor e no controle emocional. No mundo, a estimativa é de que 200 milhões de pessoas tenham problemas da tireoide.
Responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do nosso organismo. A falta ou o excesso de produção desses hormônios faz com que a tireoide os produza em excesso (hipertireoidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo).Tanto no hipo, como no hipertireoidismo, pode ocorrer um aumento no volume da glândula (bócio) que pode ser detectado através do exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres.
HIPOTIREOIDISMO CAUSA OBESIDADE?
De acordo com médicos consultores do Departamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), não se deve associar o hipotireoidismo à obesidade. Isso porque esta disfunção não engorda; o que eleva o peso é a alimentação inadequada. Além disso, o que causa certo aumento de peso, neste caso, é o fato de o paciente gastar menos energia e, dessa forma, deixar seu metabolismo desacelerado,o famoso “metabolismo preguiçoso”.
Cientificamente, o hipotireoidismo ocorre devido à queda na produção de hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Essa quantidade insuficiente de hormônios é que torna o metabolismo mais lento e faz com que o corpo gaste menos energia. Pessoas com histórico na família ou que já fizeram cirurgia para a retirada de nódulos na tireoide têm mais chances de desenvolver essa doença. Entretanto,vale reforçar que pessoas de todas as idades estão sujeitas a desenvolver doenças ligadas à tireoide.
A MULHER E O HIPOTIREOIDISMO
As mulheres, por fatores hormonais, têm mais chances do que os homens de desenvolverem hipotireoidismo. Segundo a SBEM, aproximadamente 10% das mulheres acima de 40 anos e 20% das acima de 60 anos manifestam alguma complicação na glândula.
As causas mais frequentes deste distúrbio são hereditárias e genéticas. Entre os sinais da doença pode-se citar a diminuição do ritmo do metabolismo, a sonolência, o desânimo e a lentidão no funcionamento do intestino, a anemia e, às vezes, o ganho de peso (por retenção de líquidos). Importante destacar que tais sintomas podem ser iguais para homens e mulheres.
Nas mulheres, de acordo com o Instituto da Tireoide, o percentual de ocorrência do hipotireoidismo é de uma em cada 10 mulheres com mais de 65 anos. Além dos sinais da doença comuns a ambos os sexos, na mulher ainda pode ocorrer depressão, diminuição dos batimentos cardíacos, menstruação irregular, diminuição da libido, falhas de memória, dores musculares, pele seca, unhas fracas e quebradiças, queda de cabelo e aumento de colesterol no sangue.
O hipotireoidismo também pode surgir durante a gravidez ou no período pós-parto, mas pode voltar ao normal logo a seguir. Além disso, é importante lembrar que essa doença diminui a fertilidade da mulher, causando problemas para engravidar.
QUAL O TRATAMENTO PARA O HIPOTIREOIDISMO ?
Para diagnosticar as alterações hormonais da tireoide, são realizados exames de sangue e de imagem que devem ser feitos a partir dos sintomas clínicos ou de rotina em pacientes de risco. O tratamento varia de acordo com o diagnóstico e é relativamente simples.
O hipotireoidismo é tratado com reposição hormonal, feita por meio de medicação oral diária. Além do uso de medicamentos, é fundamental que o paciente controle os níveis de colesterol no sangue, evite o consumo de gorduras, faça uma dieta que ajude no bom funcionamento do fígado e evite o excesso de estresse, pois este prejudica a secreção de hormônios pela tireoide. Também pode ser recomendada a consulta com o nutricionista para que seja elaborado um tratamento nutricional com suplemento de iodo, o que ajudará a diminuir os sintomas de hipotireoidismo.
Normalmente, os sinais de melhora aparecem em torno de 2 semanas após o início do tratamento. Além disso, a longo prazo, o tratamento também ajuda a regular o peso e a reduzir os níveis de colesterol no sangue. Para auxiliar a mulher que enfrenta problemas relacionados à tireoide, o Espaço Mulher conta com profissionais especializados em saúde feminina, especialmente nas áreas da endocrinologia, fisioterapia e nutrição.