Um dos assuntos que predomina em grupos femininos, quando se fala em saúde, é o emagrecimento. Porém, junto a ele, os anseios estéticos também se fazem presentes. Isso porque, embora o objetivo maior seja obter corpos magros para garantir saúde, estar com peso corporal desejado torna-se atrativo estético tanto para o apreço social quanto para autoestima.
Nessa busca pelo peso ideal, nem sempre a mulher se dá conta da influência do metabolismo, que é a maneira com que nosso corpo processa toda a energia advinda dos alimentos e reservas naturais. Seu principal componente é a taxa metabólica que varia de pessoa para pessoa e pode diferir de acordo fatores como sexo, idade, peso, altura, genética, prática de atividade física e questões hormonais.
Na composição desta taxa, aproximadamente 70% do gasto energético total se refere às calorias gastas pelo corpo a fim de manter funções básicas durante o repouso, como os batimentos cardíacos, a respiração, o controle da temperatura corporal, etc. O restante provém das calorias gastas na digestão dos alimentos e com a atividade física diária.
DIFERENÇAS ENTRE O METABOLISMO FEMININO E MASCULINO
Quem nunca ouviu a afirmativa “os homens emagrecem mais facilmente do que as mulheres”? Realmente é o que ocorre. Uma das justificativas para isso é o fato de a dificuldade de emagrecimento feminino decorrer de razões fisiológicas e genéticas próprias deste sexo.
O maior acúmulo de gordura, na mulher, sofre influência não só do ciclo menstrual, como também pela leptina maior (hormônio da obesidade) e testosterona menor (menor metabolismo e menos massa magra/músculo). Já para o sexo masculino, a testosterona em níveis mais elevados, propicia aumento da massa magra (músculo) e diminui a massa gorda (gordura); dessa forma, o metabolismo masculino aumenta e facilita a perda de peso mais rapidamente.
Entretanto, não apenas a genética e a questão hormonal interferem no metabolismo tornando-o lento. Causas como o sedentarismo, o efeito sanfona , o estresse físico e emocional prolongado, longos intervalos de jejum, dieta insuficiente em proteínas, mau funcionamento da tireoide, baixo consumo de água e sono inadequado também são fatores que contribuem para isso. Sendo assim, pessoas com metabolismo lento têm maior facilidade para ganhar peso, pois necessitam de menor quantidade de alimentos para suas funções orgânicas.
Além das causas citadas anteriormente, com o passar dos anos é normal que ocorra uma diminuição natural e progressiva do metabolismo devido à menor atividade das células e à redução da massa muscular. Em outras palavras, à medida que envelhecemos, mais difícil se torna manter o peso ideal. A desaceleração do metabolismo tem origem após os 20 anos de idade, no entanto seus efeitos começam a ser sentidos a partir dos 30 anos.
POR QUE NÃO CONSIGO EMAGRECER?
A manutenção do peso corporal ocorre quando o número de calorias gastas e calorias ingeridas são equivalentes. Isso significa que se a ingestão alimentar for menor que a taxa metabólica diária, o organismo buscará a energia que necessita em suas reservas (tecido adiposo) e ocorrerá a perda de peso. Por outro lado, se ocorrer ingestão alimentar maior do que o gasto calórico, as calorias em excesso serão depositadas em forma de gordura e a pessoa ganhará peso.
Então, considerando as variáveis femininas e masculinas, para emagrecer é necessário que se aumente o gasto calórico e se diminua a ingestão de alimentos. Parece simples, mas a realidade não é assim, especialmente para as mulheres. Fato que comprova isso é mantermos a mesma dieta, a qual nos garante estabilidade de peso corporal entre os 20 e 30 anos de idade e, a partir dos 40 ou do surgimento da menopausa, ela não ser mais tão efetiva.
Neste momento, é importante que se busque os motivos que estão interferindo no processo de emagrecimento e as formas de resolvê-los. Muitas vezes, será necessário contar com o apoio de uma equipe formada por endocrinologista, nutricionista e educador físico, especialmente se for preciso eliminar muitos quilos, para se chegar ao objetivo desejado. Aqui, no Espaço Mulher, buscamos a melhor forma de ajudar a mulher a conquistar não apenas a beleza por ela almejada, mas principalmente, a saúde necessária para aproveitar a vida.
SERÁ QUE PRECISO CONSULTAR UM MÉDICO PARA EMAGRECER?
Quando falamos em necessidade de consultar uma equipe para promover o emagrecimento saudável, estamos falando sobre a dificuldade da paciente em seguir outros planos de dietas alimentares individualmente . No entanto, quando “enfiamos o pé na jaca” e adquirimos alguns quilinhos “a mais”, nem sempre isso se faz necessário. Algumas dicas podem ajudar nesse processo, mas claro, desde que se tenha disciplina e foco no objetivo.
As principais dicas que você pode incluir no seu dia a dia, que podem acelerar o metabolismo, são:
1. Comer alimentos termogênicos: tais alimentos, como pimenta, canela, gengibre e café, contêm compostos bioativos que estimulam o sistema nervoso central, acelerando o metabolismo e promovendo a queima de gordura corporal;
2. Fazer jejum intermitente: forma de emagrecimento bastante atual e com muitos adeptos, esta é uma dieta que consiste em ficar entre 16 e 36 horas sem comer, o que ajuda a diminuir os níveis dos hormônios insulina e glicose no sangue e obriga o corpo a usar as células de gordura para fornecer energia, acelerando o metabolismo e promovendo a perda de peso;
3. Comer mais proteínas: ingerir maior quantidade de proteínas ajuda a aumentar o metabolismo entre 15 e 20%, pois o corpo gasta mais calorias para digerir esse nutriente. Além disso, a ingestão de proteína também estimula a produção de músculo, um tecido que gasta mais energia para ser mantido, ajudando a acelerar o metabolismo;
4. Beber chá verde: para obter seus benefícios, recomenda-se beber de 3 a 4 xícaras de chá ao longo do dia. Seus compostos com propriedades termogênicas ajudam a acelerar o metabolismo, fazendo com que o organismo gaste mais energia e aumente a queima de gordura corporal, favorecendo o emagrecimento;
5. Fazer exercícios 2 a 3 vezes por semana: a realização de exercícios físicos de 2 a 3 vezes por semana tonifica e aumenta a massa muscular, acelerando o metabolismo e promovendo a perda de peso. Além disso, exercícios físicos, como musculação e treinos de alta intensidade, também ajudam a manter o metabolismo corporal aumentado por cerca de 4 horas. Outras opções que podem ser feitas em dias intercalados com os treinos de força, são os exercícios aeróbicos como caminhada, corrida, natação ou ciclismo, que também ajudam a acelerar o metabolismo;
6. Comer alimentos ricos em vitamina B: as vitaminas do complexo B ajudam a transformar a energia dos carboidratos, proteínas e gorduras em calorias, aumentando o metabolismo corporal. Entre os alimentos ricos em vitamina B temos as carnes, o fígado, os cereais integrais, as leguminosas e o leite e seus derivados, por exemplo;
7. Reduzir o estresse: dica extremamente importante; reduzir o estresse e a ansiedade equilibra a produção de cortisol, um hormônio que, em excesso, reduz a massa muscular, levando à diminuição do metabolismo. É fundamental buscar a alternativa que melhor se adapte ao seu estilo de vida: atividades físicas, meditação ou yoga, fotografia, costura ou pintura, por exemplo;
8. Beber água gelada: beber água já é fundamental para a saúde, porém, se for entre 1,5 e 3 litros de água fria ou gelada, ao longo do dia, será estimulado o sistema nervoso simpático, uma região do sistema nervoso central que está relacionada ao aumento do metabolismo, promovendo o gasto de energia e a perda de peso;
9. Consumir óleo de coco: este óleo é rico em ácido graxo de cadeia média, um tipo de gordura que estimula o sistema nervoso, acelerando o metabolismo e melhorando a disposição física e mental. Para obter seus benefícios, basta consumir 2 colheres de sopa do óleo por dia; elas podem ser adicionadas em frutas, vitaminas ou saladas, por exemplo.
10. Dormir de 7 a 9 horas por noite: isso também não é nenhuma novidade para quem preza a saúde. Dormir de 7 a 9 horas por noite é essencial para regular a produção de cortisol, um hormônio que, em excesso, reduz a massa muscular, causando a diminuição do metabolismo. Além disso, dormir bem estimula a produção de GH, um hormônio que contribui para o aumento da massa muscular, acelerando o metabolismo e estimulando a queima de calorias.