Eventos, embora esperados na vida da mulher, o climatério e a menopausa nem sempre chegam com tranquilidade. Na faixa entre os 40 e 50 anos, elas passam a conviver com grandes transformações, tanto físicas quanto emocionais e psicológicas, que são influenciadas por diversos fatores como culturais, sociais, história pessoal e familiar, condições de saúde, genética, entre outros. Portanto, o olhar sobre essa condição deve ser abrangente e cuidadoso, especialmente no que diz respeito à saúde feminina.
É fato que os avanços científicos e tecnológicos na área da saúde da mulher, especialmente nesta fase, do climatério e da menopausa, são significativos. No entanto, na prática, ainda aparecem mais relacionados aos aspectos estéticos, do que efetivamente à saúde sexual e reprodutiva feminina. A menopausa é caracterizada por alterações hormonais que levam ao fim do período reprodutivo e exigem adaptações físicas, psicológicas e emocionais.
A MENOPAUSA E SUA IMPLICÂNCIA NA SAÚDE FEMININA
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual da mulher, sua principal característica é a parada da menstruação, causada pela queda na produção de dois hormônios: progesterona e estrogênio. Em geral, acontece entre os 45 e 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce. Já o climatério, é a fase de transição do período reprodutivo, para o não reprodutivo na vida da mulher.
Na menopausa, o metabolismo sofre algumas alterações, especialmente relacionadas às funções do sistema endócrino, e apresenta diminuição da atividade ovariana. Os órgãos genitais, assim como o restante do organismo, mostram gradualmente os sinais de envelhecimento. E isso é visto por muitas mulheres com insatisfação e desmotivação em relação à sua vida.
A maioria das mulheres já começa a sentir os sintomas antes mesmo da chegada da menopausa, no climatério. Com a diminuição progressiva dos hormônios femininos, os sintomas vão aumentando. Os mais comuns são:
- ondas de calor ou fogachos: sensações súbitas de calor na face, no pescoço e na parte superior do tronco; rubor facial, suores, palpitações no coração, vertigens, cansaço muscular;
- irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo;
- dificuldade para esvaziar a bexiga, dor e pressa para urinar, perda de urina, infecções urinárias e ginecológicas, ressecamento vaginal, dor à penetração e diminuição da libido;
- sintomas psíquicos: queixas de irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia;
- alterações na pele (perda do vigor), nos cabelos e nas unhas (ficam mais finos e quebradiços);
- alterações na distribuição da gordura corporal (maior concentração na região abdominal);
- perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia;
- risco aumentado de doenças cardiovasculares.
A MENOPAUSA REDUZ A MASSA MUSCULAR?
Por volta dos 50 anos, a mulher faz a transição da perimenopausa para o pós-menopausa e cessa a produção de estrogênio. Esta perda tem efeito significativo sobre os músculos; provoca o declínio da massa muscular num curto período de tempo e pode gerar impacto no metabolismo da mulher.
Embora tanto homens quanto mulheres comecem a apresentar perda muscular por volta dos 40 anos, para elas este quadro é agravado. A perda de massa muscular na menopausa é acelerada e afeta especialmente a mobilidade, a força e a qualidade de vida. Além disso, reduz o metabolismo e, consequentemente, causa o aumento da gordura abdominal e o ganho de peso, dificultando o emagrecimento.
Como forma de evitar prejuízos à saúde da mulher que se encontra nesta fase, a inclusão da atividade física foi dada como positiva. Mulheres de meia-idade mais ativas, mesmo sofrendo a perda da massa muscular decorrente da menopausa, podem abrandar esta mudança.
Entretanto, para garantir resultados mais efetivos, associar uma alimentação equilibrada à prática de exercícios físicos é o ideal para ganhar massa muscular na menopausa. Dessa forma, é possível frear esta perda e ganhar massa magra.
É PRECISO UTILIZAR REPOSIÇÃO HORMONAL?
A reposição hormonal é um assunto que desperta muitas dúvidas. Em tese, recarregar hormônios naturalmente em queda faria sentido para amenizar os sintomas corporais deste período. Já na prática, sabe-se que existem efeitos colaterais que despertam apreensão e provocam a rejeição deste tipo de tratamento por muitas mulheres.
A verdade é que a terapia de reposição hormonal tem como vantagem aliviar os sintomas físicos (fogachos), psíquicos (depressão, irritabilidade) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal, incontinência urinária) no climatério. Além disso, é capaz de agir como forma de proteção contra a osteoporose e promover a melhora dos níveis de colesterol.
Obviamente, este tipo de tratamento requer avaliação médica individualizada. No Espaço Mulher buscamos acolher as mulheres que estão enfrentando esta fase de mudanças significativas em sua vida, com olhar atencioso e alternativas que possam minimizar qualquer desconforto.