A obesidade, de acordo com a OMS, é uma doença cada vez mais comum que já atinge proporções epidêmicas. A grande preocupação da área médica é o risco elevado de doenças associadas ao sobrepeso e à obesidade, tais como diabetes, doenças cardiovasculares, distúrbios hormonais e alguns cânceres, entre tantas outras. Entretanto, o dado mais alarmante nas pesquisas é o de que são as mulheres as mais atingidas por esta doença, e a taxa continua subindo vertiginosamente.
OBESIDADE NAS DIFERENTES FASES DA VIDA DA MULHER
A curto e longo prazos , a obesidade tem impactado diretamente a saúde das mulheres.
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
- Síndrome Metabólica: apesar de não parecer comum nesta faixa etária, esta síndrome pode aparecer e comprometer a saúde da criança. Ela corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência insulínica. Pela dificuldade de ação da insulina, decorrem as manifestações que podem fazer parte da síndrome. Contempla um conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes.
- Diabetes Mellitus Tipo 2: a incidência relacionada à obesidade infantil, resultante de um estilo de vida sedentário e de uma alimentação predominantemente hipercalórica. A criança ou o adolescente é capaz de produzir insulina, mas a obesidade provoca uma resistência das células à ação da insulina, que se torna ineficiente em transportar a glicose para dentro das mesmas e esta se acumula no sangue, causando hiperglicemia. Entre os sintomas, nem sempre perceptíveis, incluem-se sede, urina frequente em grande quantidade e falta de energia. Se o açúcar do sangue não for mantido em níveis próximos aos normais, a criança diabética terá maior risco de complicações, a longo prazo, que poderão afetar olhos, rins, coração e sistema nervoso. Seu crescimento, na puberdade, também poderá ser prejudicado. Portanto, a diabetes requer uma vida de disciplina, monitoramento e tratamento constantes.
- Dislipidemia : altas concentrações séricas de colesterol (dislipidemias) predispõem a doença aterosclerótica, bem como que a sua redução diminui a incidência. A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre.
- Esteatose hepática: é uma forma não alcoólica de acúmulo de gordura no fígado de uma criança ou adolescente. Esta doença aumenta devido a hábitos alimentares pouco saudáveis e mudanças no conteúdo alimentar e no estilo de vida. Em conclusão, sua causa principal é a obesidade infantil. A resistência à insulina pode ser outra causa importante de acúmulo de gordura no fígado, especialmente em jovens. Existem também causas de natureza genética. Em sua forma crônica, pode levar à cirrose e à insuficiência hepática. É também um fator de risco para doenças cardiovasculares e câncer de fígado.Apesar de ser mais comum em meninos, também acomete meninas.
- Complicações ortopédicas: surgem também como consequência da obesidade infantil e juvenil . As alterações articulares mais frequentes são: pés planos, joelhos valgos, hiperlordose lombar, hiperextensão dos joelhos. A articulação infantil apresenta uma maior quantidade de colágeno nos ossos que se tornam mais tolerantes à deformação e apresentam também uma menor resistência à compressão, tornando as alterações ortopédicas na população pediátrica de maior gravidade do que na idade adulta.
OBESIDADE E IDADE REPRODUTIVA FEMININA
- Infertilidade: nas mulheres, o excesso de peso afeta o processo de ovulação. Mulheres com sobrepeso ou obesidade apresentam redução significativa do pico dos níveis de estradiol e número menor de embriões a cada ciclo. A produção de estrogênio, hormônio sexual feminino, está associada à gordura corporal e o seu excesso no organismo causa um desequilíbrio hormonal e diminui as chances de engravidar. Por outro lado, dietas e prática de exercícios de forma exagerada também causam, nas mulheres, ausência de ovulação.
- Complicações maternas e fetais: segundo os especialistas, além de causar infertilidade, de elevar as taxas de aborto e de aumentar os riscos da gravidez, a obesidade pode causar complicações sérias tanto para as mamães quanto para os bebês durante e após o parto. Há um risco maior de partos prematuros, hipertensão arterial e diabetes relacionada à gestação e pré-eclâmpsia.
Um dado interessante é que filhas de mulheres obesas têm maior probabilidade de desenvolver obesidade e doenças crônicas.
OBESIDADE NA MEIA IDADE OU IDADE AVANÇADA
Nas idades mais elevadas, a obesidade traz uma grande redução na expectativa de vida das mulheres. Entre as doenças podemos ter:
- Síndrome Metabólica: assim como na fase infantil, esta síndrome pode surgir ainda na infância e comprometer a vida adulta, se não tratada adequadamente.É uma situação clínica em que há associação de obesidade a outras condições como pressão alta, alterações do colesterol e/ou triglicérides e alterações da glicemia. Geralmente está relacionada à presença de resistência à insulina. Seu principal problema é o aumento do risco cardiovascular (risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e outros quadros de aterosclerose). Para a maioria das pessoas, o desenvolvimento da síndrome aumenta com o envelhecimento, principalmente se têm uma vida sedentária e, além disso, aumento do peso, histórico de diabetes na família, níveis elevados de gordura no sangue e pressão alta. A menopausa também acaba sendo fator predisponente, porque favorece o aumento de gordura visceral e aumento dos níveis de colesterol.
- Diabetes: de acordo com a Federação Internacional de Diabetes), o grupo mais atingido com os casos da doença é o das mulheres adultas. A rotina de trabalho pesado, estresse, sedentarismo e alimentação inadequada contribui, e muito, para o surgimento de diabetes tipo 2. As alterações hormonais da menopausa também entram nos fatores que as tornam maioria em incidência de diabetes. Além dos sintomas comuns a ambos os sexos, as mulheres que desenvolvem o diabetes tipo 2 apresentam também alguns sintomas específicos: infecções vaginais e orais por fungos e candidíase vaginal, infecções urinárias, disfunção sexual e síndrome do ovário policístico.
- Dislipidemia: caracterizadas pela presença de níveis elevados de lipídios, ou seja, gorduras no sangue, é possível que placas de gordura se formem e se acumulem nas artérias. Isso pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração e ao cérebro. Este acúmulo de placas é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. Além disso, aumenta a chance de entupimento das artérias (aterosclerose) e de ataques cardíacos, de acidente vascular cerebral ou de outros problemas circulatórios.
- HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) : a pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra a parede dos vasos, as artérias. Quando esta força é maior do que o normal, chamamos de hipertensão arterial (pressão alta). O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos nas artérias de diversas partes do organismo. Segundo pesquisas, as doenças cardiovasculares já representam 1/3 de todas as causas de morte feminina. Um dos principais motivos que levam, especialmente as mulheres, a apresentarem problemas cardiovasculares é a redução hormonal, característica da menopausa. Recomendações como controlar a hipertensão arterial, o diabetes mellitus (Tipo 2) e o colesterol elevado; abandonar o cigarro; praticar atividade física (pelo menos 30 minutos de 3 a 6 dias por semana),; buscar uma dieta equilibrada rica em frutas, verduras e vegetais, entre outros, são sugestões para evitar hipertensão arterial.
Cuidar da saúde de forma individual pode parecer difícil para muitas mulheres. Para que sua saúde esteja em dia, todos os órgãos internos do seu corpo devem funcionar adequadamente. Por isso, o Espaço Mulher dedica atenção especial à saúde feminina. Este é um lugar especializado na saúde e beleza feminina que conta com profissionais altamente qualificadas.