A dificuldade de engravidar pode ser tratada a partir de ajustes hormonais, metabólicos e com o uso de certas vitaminas. Com o tratamento adequado, casais com diagnóstico de infertilidade podem ter um excelente resultado.
É preciso ter em mente que esses tratamentos podem ser demorados e por utilizarem uma grande quantidade de hormônios sintéticos, só devem ser realizados com critério médico, segundo a recomendação de especialistas.
É comum o diagnóstico de SOP durante a investigação de infertilidade, pois é uma síndrome muito frequente. Essa doença é caracterizada por hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, ciclos menstruais irregulares e imagens de pequenos cistos ovarianos na ecografia transvaginal. Nem sempre todos os sinais e sintomas estão presentes simultaneamente, confundindo na hora do diagnóstico. O próprio uso de anticoncepcional oral durante a vida pode “mascarar” a visualização das imagens císticas na ecografia, mas a doença continua existindo. O resultado de tudo isso são ciclos anovulatórios e infertilidade feminina. Além disso, existe a questão metabólica que envolve a resistência insulínica. Metade das mulheres com SOP irão ter dislipidemia (colesterol alto) e até 10% irão desenvolver diabetes. O sobrepeso e obesidade também são frequentes nessas meninas.
O tratamento da Síndrome de Ovários Policísticos com o objetivo de melhorar a fertilidade engloba desde a perda de peso, alimentação saudável, exercício físico e medicamentos. Uma opção é a Metformina, mas podemos usar também Liraglutida para reverter a resistência insulínica. Se for necessário induzir a ovulação, podemos dispor de Clomifeno e Letrozol
A fertilidade feminina tem seu início por volta dos 12 anos de idade e vai diminuindo a cada ano até cessar completamente durante a menopausa, por volta dos 50 anos de idade.
Se a mulher quiser engravidar, seja aos 20, 30 ou aos 40 anos de idade, ela deverá recorrer a um recurso chamado tabelinha, onde deverá observar seu ciclo menstrual, dias de ovulação e deverá saber qual é o seu período fértil para saber quando ter relações para engravidar.
Após analisar todos estes dados, ela deverá ter relações dia sim, dia não, nas duas primeiras semanas antes da menstruação, pois são nestes dias que há uma maior chance de gravidez.
Com fertilidade normal, a maioria dos casais concebe em cerca de 6 meses (80%), sendo que ao final de um ano de relações desprotegidas cerca de 85% dos casais alcançaram a gravidez. Metade dos casais que não concebeu ao final de um ano conseguirá fazê-lo ao longo dos próximos 3 anos. No entanto, estes casais merecem e poderão beneficiar de uma avaliação no contexto de infertilidade, por um médico da área como um endocrinologista ou ginecologista especializado em reprodução.
Se está a tentar engravidar há mais de um ano sem sucesso, deve falar com o seu médico de família (obstetra/ginecologista) ou centros especializados em fertilização. O médico de família deverá então encaminhá-la para um médico especialista em fertilidade. Se tiver mais de 35 anos, este período deve ser reduzido para 6 meses, após o que terá indicação para referencia e estudo.
O período fértil inicia de forma variável de mulher para mulher e, se tiver ciclos menos regulares, varia também na mesma mulher. Consiste no dia da ovulação e nos cinco dias anteriores, para um total de cerca de 6 dias em que a probabilidade de gravidez com uma relação sexual desprotegida é maior.
Tendo em conta que a mulher engravida quando ovula ou nas horas seguintes (12 a 24), as relações sexuais anteriores a este evento aumentam a probabilidade da presença de espermatozoides viáveis nas tubas uterinas quando o óvulo (ovócito) é viável.
Ciclos regulares, sobretudo os que ocorrem com intervalos de 25-35 dias são habitualmente ovulatórios. Sintomas como os seguintes aumentam a certeza da existência de ovulação:
Em algumas situações, poderá ser necessário recorrer a exames de laboratório, se houverem dúvidas quanto aos sintomas e história clínica descritas pela mulher:
A fertilidade feminina está intrinsecamente associada à idade. O número de ovócitos da mulher decresce desde que ela nasce. Não são produzidas novas células, sendo recrutados ovócitos de entre os que já estavam presentes ao nascimento. Este declínio não é constante e aumenta muito, em média, após os 35-37 anos, numa mulher normal e saudável.
A fertilidade feminina após os 35 anos tende a diminuir de forma mais abrupta, sendo, em média, cerca de 40% inferior à fertilidade antes dos 25 anos. A fertilidade feminina aos 40 anos desce ainda mais, tendo a maioria diagnóstico de infertilidade, e podendo chegar aos 99% aos 45 anos. É uma raridade clínica a gravidez espontânea a partir dos 50 anos.
Este declínio da reserva ovárica leva, eventualmente, à menopausa.
Para além de um estilo de vida saudável, numa mulher que não possua parceiro ou que não pretenda ter filhos imediatamente e que se aproxime dos 35 anos, poucas opções estão disponíveis. Alimentação e estilo de vida saudável contribuem para um estado de saúde melhor e podem, por isso, ajudar. No entanto, não há alimentos, vitaminas e/ou medicamentos, ou outro tratamento natural que sejam remédio para o natural declínio da função ovárica com a idade.
Vários estudos têm associado o uso de tabaco (sobretudo pela mulher fumante) a dificuldade em engravidar. Tendo em conta todos os riscos envolvidos com o seu uso, incluindo na preservação da fertilidade, concepção e gravidez, trata-se provavelmente da principal intervenção a fazer para preservar o potencial reprodutivo e a saúde em geral da mulher.
A probabilidade de gravidez em mulheres que recorram a técnicas de procriação medicamente assistida, como FIV (Fertilização in Vitro), é menor entre as fumadoras.
O mesmo acontece com os homens fumantes, que apresentam menor concentração de esperma e espermatozoides menos móveis, bem como piores resultados quando submetidos a tratamentos de fertilidade.
A obesidade, para além de provocar ou predispor para doenças graves, tem também efeitos na fertilidade, diminuindo-a. Mulheres com obesidade (IMC- Índice de Massa Corporal>30kg/m2) têm o dobro da probabilidade de virem a não ter filhos. Desequilíbrios hormonais e disfunção na ovulação parecem explicar apenas parte do problema.
Em mulheres com infertilidade de outra forma inexplicada, emagrecer pode resolver por si só o problema.
Acresce que a obesidade parece contribuir também para o insucesso de tratamentos de PMA, quando estes se mostram necessários. Para além disso, a gravidez comporta maior risco numa mulher obesa, nomeadamente comportando maior incidência de doenças como a diabetes gestacional, hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia, bem como abortamento e complicações do parto.
O exercício físico intenso e/ou duradouro, pode ser prejudicial para a fertilidade de mulheres com peso normal ou baixo. Este efeito será sobretudo ovulatório, pelo que poderá causar irregularidades menstruais, nomeadamente poucos períodos menstruais ao longo do ano, e cessa habitualmente com a diminuição da atividade.
A atividade física regular é saudável e desejável, pelo que será apenas de aconselhar limitação de exercício físico vigoroso a menos de 5-6h por semana, em mulheres com peso normal (IMC<25 kg/m2), especialmente se estas tiverem irregularidades menstruais.
Este efeito negativo não se verifica nos homens.
Apesar de o consumo moderado/baixo de álcool não se associar a efeitos adversos sobre o ciclo menstrual e fertilidade, não existe um valor mínimo de álcool considerado seguro na gravidez, pelo que será recomendável a uma mulher que pretenda engravidar a diminuição ou abstinência do consumo de álcool.
Um consumo moderado de café (cerca de 200mg de cafeína), ou o equivalente a cerca de 2-3 expressos por dia, não parece afetar a fertilidade.
O stress parece ser um fator de risco para infertilidade. Por outro lado, o diagnóstico de infertilidade aumenta o stress. Estratégias para lidar com stress podem, por isso, melhorar a probabilidade de conceção. Um fator importante será o de pedir ajuda. Um casal que se veja apoiado e esclarecido no seu problema de infertilidade, partilhará com o médico parte desta ansiedade. Especialmente quando os casais percebem que o seu problema tem solução, estes níveis de ansiedade tendem a diminuir significativamente.
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