VOCÊ SABIA QUE OS HORMÔNIOS INFLUENCIAM NOSSA SAÚDE MENTAL?

saúde mental

O Janeiro Branco, campanha semelhante às anteriores que utilizam cores como simbologia, tem como objetivo chamar a atenção das pessoas para questões que envolvem a Saúde Mental e Emocional dos indivíduos e das instituições humanas. A escolha desta cor, o branco, relaciona-se ao primeiro mês do ano, quando todos estamos mais propensos a analisar nossas vidas e a projetarmos realizações para o ano que se inicia; é como se estivéssemos reescrevendo nossa história sob outra perspectiva.

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O que nem todos sabem é que nossa saúde mental está intimamente ligada às questões hormonais. Nem sempre as dificuldades encontradas no dia a dia são resultados apenas de nosso psicológico. De certa maneira, os hormônios contribuem para o equilíbrio da saúde como um todo e, quando os mesmos encontram-se alterados, podem afetar diversas áreas da vida, causando, inclusive, alguns transtornos.

O QUE SÃO HORMÔNIOS?

Hormônios são substâncias produzidas pelo nosso sistema endócrino e que têm função específica, influenciando no desenvolvimento, comportamento e na forma como desempenhamos as atividades diárias. Eles fazem o nosso balanceamento biológico, controlam o ritmo de nossas vidas, regulam as funções corporais.

Entre tantas influências hormonais, pode-se destacar como agem ao provocar o sono ou o estado de alerta, a fome ou a saciedade, a felicidade ou a raiva; além disso, como fazem o sistema reprodutor trabalhar, o corpo crescer, engordar ou emagrecer; como causam estresse ou relaxamento, bom ou mau humor. Ou seja, são capazes de influenciar nossas emoções tanto de forma positiva, quanto negativa.

OS “HORMÔNIOS DA FELICIDADE” E A SAÚDE MENTAL

Os hormônios como, por exemplo, endorfinas, serotoninas, dopamina e ocitocina, conhecidos como “hormônios da felicidade” , promovem sensação de bem-estar quando descarregados na corrente sanguínea através de ações prazerosas provocadas tanto pelo indivíduo quanto por algo ou alguém à sua volta. Ou seja, é inegável que nossa saúde mental depende de que nossos hormônios estejam em perfeita harmonia e equilíbrio.

mulher feliz

ENDORFINA

Produzida pela hipófise, a endorfina espalha-se por todo o corpo através do sangue. Age estimulando a sensação de autoestima, prazer, bem-estar, bom humor, motivação, desejo sexual e felicidade; aguça a memória e a atenção; fortalece o sistema imunológico e, além disso, funciona como analgésico opioide na redução da dor física e do estresse.

Quando em baixos níveis, são capazes de causar depressão, irritação, tristeza, ansiedade, distúrbio do sono, fibromialgia ou enxaqueca crônica, por exemplo, afetando diretamente nossa saúde mental e física.

mulher deprimida

Praticar atividades físicas, ter contato íntimo, comer chocolate ou estar entre amigos são exemplos de atividades capazes de estimular sua produção natural no organismo

SEROTONINA

Serotonina é um hormônio liberado a partir da prática de esportes e também da ingestão de alguns alimentos ricos em triptofano como abacate, banana, nozes e salmão, por exemplo. Quando há desequilíbrio deste hormônio em nosso organismo, é comum sentir mais tristeza e solidão, o que pode desencadear quadros de depressão e de ansiedade.

Entre suas funções está a regulagem do ritmo cardíaco, do sono, do apetite, do humor, da memória e da temperatura do corpo.

DOPAMINA

Hormônio ligado aos nossos mecanismos de recompensa e busca pelo prazer. Todas as vezes em que somos validados por algo, no caso dos “likes” nas redes sociais, por exemplo, ou quando temos uma pequena vitória pessoal, nosso organismo libera dopamina na corrente sanguínea, gerando uma sensação de felicidade e satisfação. Por outro lado, seu desequilíbrio é capaz de levar à dependência emocional e também ao sofrimento, prejudicando negativamente a saúde mental do indivíduo. 

mulheres olhando celular e curtindo os likes

Além de seu envolvimento nas emoções, também age nos processos cognitivos, no controle dos movimentos, na função cardíaca, no aprendizado, na capacidade de atenção e nos movimentos intestinais. De acordo com estudos, também está diretamente relacionada a distúrbios neurológicos e psiquiátricos como doença de Parkinson, esquizofrenia ou TDAH, por exemplo.

Apesar de produzida naturalmente pelo organismo, é possível aumentar seus níveis através do consumo de alimentos ricos em tirosina como ovos, peixe, carnes ou feijão.

OCITOCINA

Hormônio conhecido como “do amor”, é responsável por sensações reconfortantes e de satisfação após, por exemplo, receber abraços ou estar junto de quem se ama. Está relacionado ao desenvolvimento da confiança, empatia e generosidade.

Junto a outros neurotransmissores, diminui a ansiedade e o estresse em interações sociais. Por outro lado, estando em desequilíbrio no nosso organismo, causa sensação de  cansaço, ansiedade, desânimo e irritação.

Também tem a função de promover as contrações musculares uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação.

FUNÇÕES DO ESTROGÊNIO E DA PROGESTERONA NO ORGANISMO FEMININO

O estrogênio exerce papel importante no organismo da mulher, já que confere as características femininas e controla a ovulação.

sistema reprodutor feminino

Durante todo o ciclo menstrual, o estrogênio flutua em conjunto com as emoções da mulher. Estas mudanças hormonais acabam interferindo na disposição, no humor e nos níveis de energia da mesma. Ou seja, mulheres que possuem altas taxas de estrogênio, sentem-se mais ansiosas e irritadas; já a baixa quantidade deste hormônio, pode deixá-las chorosas e mal-humoradas.

Por sua vez, a progesterona  aumenta e diminui de forma inversa ao estrogênio durante todo o ciclo; está alta durante a menstruação e vai decaindo até a ovulação, e volta a subir até a próxima menstruação. Ela age diretamente nos neurotransmissores responsáveis pela sensação de calma. A mulher que apresenta alteração dos níveis de progesterona costuma apresentar ansiedade, insônia e confusão mental.

E A TESTOSTERONA? COMO AGE NO ORGANISMO DA MULHER?

Conhecida popularmente como um “hormônio masculino”, é necessária para ambos os sexos. Desequilíbrios nesse hormônio podem afetar a saúde mental no que se refere à motivação e ao humor. Além disso, pessoas que passam por quedas muito intensas de testosterona no organismo podem apresentar quadros de ansiedade.

Na mulher, a testosterona baixa pode ser notada através do aparecimento de alguns sinais como desinteresse sexual, diminuição da massa muscular, ganho de peso e diminuição da sensação de bem-estar; situação normalmente relacionada com insuficiência adrenal e com a menopausa. 

mulher madura em fase de menopausa

Os remédios à base de testosterona só devem ser usados em caso de indicação médica, uma vez que possuem efeitos colaterais severos como alterações do colesterol, intoxicação do fígado, aumento do risco de infarto e de câncer de mama e nos ovários. No entanto, pode-se aumentar naturalmente este hormônio na mulher com maior consumo de alimentos ricos em zinco, vitamina A e D, como castanhas, sementes de girassol, ovos, sardinha, espinafre e óleo de peixe, por exemplo, e evitar o consumo de alimentos ricos em açúcar e soja, pois podem interferir na produção de testosterona.

Importante destacar que, até o momento, a ciência não explica exatamente como esses processos entre o equilíbrio hormonal, fatores internos e externos ocorrem. Porém, é fato que administrar o estresse, ter uma boa higiene do sono, exercitar-se regularmente, alimentar-se bem e cultivar relacionamentos saudáveis influenciam na nossa saúde mental e física, além de auxiliar no equilíbrio do nosso sistema endócrino.

O Espaço Mulher está sempre atento às questões femininas, especialmente no que se refere à parte hormonal e sua influência na nossa saúde mental e física.

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