Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças importantes no organismo por conta das alterações hormonais desse período. Algumas podem influenciar diretamente no funcionamento da tireoide, tanto de forma positiva quanto negativa. Por isso, estar atento a esse momento na vida da gestante é fundamental.
Os hormônios produzidos pela tireoide têm papel importante para o desenvolvimento saudável da gestação e do feto. Por outro lado, não é raro o fato de determinadas gestantes desenvolverem hipotireoidismo ou hipertireoidismo , ou ainda, aparecerem nódulos tireoidianos nesse período.
TIREOIDE E GESTAÇÃO
A Tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na parte anterior do pescoço, abraçando a traqueia. Os hormônios produzidos por ela (T3 e T4, triiodotironina e tiroxina, respectivamente) agem em nosso corpo e no metabolismo desde a nossa formação fetal até a senilidade.
Para que tudo esteja bem quanto à saúde, a tireoide precisa trabalhar no ritmo certo. No entanto, nem sempre isso ocorre e ela pode passar a funcionar mais lentamente (hipotireoidismo) ou de forma acelerada (hipertireoidismo).
Durante a gestação, essa glândula costuma ser mais exigida do que em outros períodos da vida da mulher. Entretanto, isso não é motivo de preocupação, apenas de cuidado e controle. No caso de haver mau funcionamento da mesma, podem ocorrer problemas graves de saúde, tanto para mãe quanto para o bebê.
Os hormônios produzidos pela tireoide (T3 e T4) são fundamentais para a gestante e o bebê. Devido a isso, muitos médicos recomendam a avaliação do hormônio TSH que deve ser um dos primeiros exames a serem realizados pela gestante. É ele que avaliará a possibilidade de a gestante ter uma disfunção tireoidiana, ou ainda, diagnosticar um problema já existente. Uma vez diagnosticado algum problema na glândula tireoide, o tratamento deve ser iniciado imediatamente.
COMO A TIREOIDE AFETA A GESTANTE?
Alterações na tireoide de uma gestante podem ocasionar aumento de sangramentos, abortos prematuros e hipertensão.
Alguns fatores são apontados como risco do desenvolvimento de problemas na tireoide durante a gestação. Entre eles:
- Apresentar histórico familiar ou pessoal de algum problema na tireoide, ou anticorpos antitireoidianos no exame de sangue;
- Ter mais de 35 anos de idade;
- Manifestar aumento da tireoide, visível ou palpável;
- Ter feito radiação ou cirurgia no pescoço previamente;
- Apresentar diagnóstico de diabetes tipo 1 ou outra doença autoimune, como vitiligo, artrite reumatoide, lúpus;
- Possuir histórico de perda fetal, parto prematuro ou infertilidade;
- Estar acima do peso (obesidade);
- Ter feito uso recente de medicamentos como amiodarona, lítio, contrastes iodados ou medicações contendo iodo;
- Morar em região onde há carência de iodo.
Os sinais que sugerem problemas na tireoide, especialmente nas gestantes, são: cansaço, rouquidão, pele seca, alterações no funcionamento do intestino, maior intolerância para o frio ou para o calor do que o habitual.
Em relação ao tratamento, em geral, a recomendação é a de que seja diária a ingestão de hormônio tireoidiano. No entanto, a dose estipulada no início, ao longo do período da gravidez, poderá ser ajustada de acordo com a necessidade. É normal que durante os primeiros três meses o monitoramento hormonal seja feito com maior frequência.
Após o parto, caso a mulher ainda apresente problemas, deve seguir o tratamento recomendado por seu médico. Vale destacar que tal ingestão de hormônio tireoidiano não afeta o bebê e nem impede a amamentação.
Os níveis de hormônios tireoidianos, em geral, normalizam após a gestação. Porém, isso não significa que as novas mamães deixem de estar atentas à sua saúde. O risco de voltarem a apresentar distúrbios futuros na glândula ainda é possível.
E O BEBÊ? É AFETADO PELO PROBLEMA HORMONAL DA MÃE?
No início da gravidez, o bebê depende significativamente do hormônio materno. Isso porque, a tireoide do feto só começa a se estruturar a partir da 8ª semana de gestação e a funcionar plenamente a partir da 20ª semana.
Nos bebês, as doenças da tireoide são congênitas (hipotireoidismo) e, se não forem tratadas precocemente, podem prejudicar o seu crescimento e desenvolvimento. O hipotireoidismo congênito não tem cura, porém o tratamento adequado permite que a criança consiga desenvolver-se normalmente.
O mau funcionamento da glândula tireoide pode lhes causar problemas mentais, déficit cognitivo e aparecimento de bócio. Por isso, a triagem neonatal, o famoso Teste do Pezinho, é um dos principais exames que o bebê faz logo nas primeiras 48 horas de vida. Ele tem a finalidade de investigar e diagnosticar doenças metabólicas, genéticas e endocrinológicas: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, anemia falciforme e fibrose cística.
Como pode-se perceber, os cuidados durante a gestação são de extrema importância tanto para a saúde da gestante quanto para o desenvolvimento e a saúde do bebê. No Espaço Mulher temos um espaço acolhedor para as futuras mamães , onde ela poderá esclarecer suas dúvidas e apreensões.