A forma como cuidamos da nossa saúde está intimamente relacionada à qualidade de vida que temos. Hábitos saudáveis como alimentar-se bem; evitar fumo, café e bebidas alcoólicas; dormir 8 horas diárias; fazer atividades esportivas e de lazer regularmente; tomar cuidado com a exposição ao sol, resolver problemas de forma racional; cultivar o bom humor e outros tantos, são essenciais para garantir vida saudável.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Isso envolve não só o bem estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, como também os relacionamentos sociais, a saúde, a educação, a habitação, o saneamento básico, entre outros.
O artigo Fatores associados à qualidade de vida de brasileiros e de diabéticos: evidências de um inquérito de base populacional, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva de março de 2019, traçou o perfil dos indivíduos no que tange aos fatores relacionados à chance de melhor qualidade de vida, fornecendo subsídios para a atenção à saúde. Segundo o artigo, as mulheres diabéticas, sedentárias, com 65 anos ou mais, pertencentes a classe D/E e com outras morbidades crônicas, apresentaram maiores chances de pior Qualidade de Vida (QV) física e mental.
VOCÊ SABE O QUE É O DIABETES MELLITUS?
O Dia Mundial de Combate ao Diabetes, 14 de novembro, surgiu com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os riscos que a doença apresenta ao nosso corpo e, ainda, reforçar medidas de prevenção, o que é de fundamental importância para garantir melhor qualidade de vida.
O diabetes mellitus é causado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Esta é uma doença que não tem cura.
Quando a glicemia se mantém elevada por muito tempo, os riscos de complicações crônicas associadas ao diabetes mellitus aumentam. Entre as mesmas, algumas são bastante temidas: amputações, hemodiálise, glaucoma, perda da visão, além de infartos ou derrames. A diabetes é uma das principais causas do surgimento de doenças cardiológicas, por isso é essencial estar atento a esta condição.
PRINCIPAIS TIPOS DE DIABETES MELLITUS
Existem 2 tipos de diabetes mellitus:
● A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune, na qual o organismo ataca, de forma errada, as células do pâncreas que produzem insulina, destruindo-as. Dessa forma, a falta de produção de insulina faz com que haja um acúmulo de glicose no sangue, o que pode trazer malefícios para vários órgãos, como insuficiência renal, retinopatia ou cetoacidose diabética.
O tratamento para a diabetes tipo 1 é feito com injeções diárias de insulina, além de uma alimentação sem excesso de açúcar e baixa quantidade de carboidratos. Além disso, a prática regular de exercício físico é recomendada como forma de controlar os níveis de açúcar e manter um metabolismo regulado.
● O diabetes mellitus tipo 2, o mais comum, tem como causa não só os fatores genéticos como também os maus hábitos de vida como consumo exagerado de açúcar, gordura, sedentarismo, sobrepeso ou obesidade, os quais provocam defeitos na produção e na ação da insulina no corpo. Os níveis de açúcar costumam normalizar com o emagrecimento.
É importante, entretanto, entendermos que não houve cura, apenas o controle da doença. Caso haja novo ganho de peso, provavelmente a doença voltará a aparecer nos exames de sangue. A rotina de exercícios físicos, acompanhada de dieta, é a melhor alternativa para prevenção e tratamento da diabetes.
POR QUE A DIABETES ATINGE MAIS AS MULHERES?
O Ministério da Saúde afirma que, atualmente, a diabetes afeta cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, já em 2019, mais de 13 milhões de brasileiros viviam com a doença, e a tendência é a de que haja potencial crescimento nesse número, caso não haja uma melhora significativa na qualidade de vida das pessoas.
Dentre essas estimativas, de acordo com a Federação Internacional do Diabetes, 199 milhões de mulheres vivem com diabetes no mundo e, até 2040, a estimativa é a de que se chegue a 313 milhões. Não por acaso, é preciso dar atenção especial ao grupo feminino na Campanha Mundial do Diabetes.
FATORES BIOLÓGICOS FEMININOS QUE PREDISPÕEM AO DIABETES
Segundo a Dra. Patrícia Santafé, endocrinologista idealizadora do Espaço Mulher, além da qualidade de vida, alguns fatores biológicos femininos aumentam os riscos para determinados tipos de diabetes. Entre os mesmos pode-se citar: menopausa, síndrome de ovários policísticos e diabetes gestacional.
Diabetes gestacional – síndrome em que a paciente tem dificuldade de absorver o açúcar no sangue. Embora, após o nascimento do bebê, a doença possa regredir, é preciso controlá-la durante a gravidez. Mulheres que desenvolvem diabetes gestacional têm maior risco de desenvolvê-la de forma crônica.
Menopausa – nesta fase, com o fim da menstruação, o corpo da mulher passa por uma série de transformações. Entre elas, destaca-se o ganho de peso, principalmente na região da cintura, fator que eleva o risco para o diabetes tipo 2.
Síndrome de ovários policísticos – entre as doenças de risco que esta síndrome traz, a diabetes tipo 2 é uma delas. Como a SOP é uma condição que eleva os níveis de insulina, o organismo fica mais sensível à ação desse hormônio e desenvolve a resistência insulínica a qual pode evoluir para a diabetes, principalmente, quando há abuso no consumo de carboidratos e açúcar.
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO – QUALIDADE DE VIDA – O MELHOR TRATAMENTO PARA DIABETES
O tratamento do diabetes, conforme dito anteriormente, depende das mudanças na rotina e nos de vida. Logicamente, os mesmos precisam ser eternos, uma vez que não há cura para esta patologia. Entretanto, dieta equilibrada, exercícios físicos e terapia com insulina são alternativas que facilitam o dia a dia de diabéticos, garantindo-lhes qualidade de vida.