A maioria das mulheres que desejam ter filhos, ou ainda as que não têm certeza dessa escolha, começam a questionar-se sobre o relógio biológico feminino e as possibilidades de gestação após os 35 anos. “Devo engravidar agora?”, “Será que poderei gestar aos 40 anos?” , “Preciso congelar meus óvulos?”
Perguntas como estas costumam ser frequentes entre as mulheres mais maduras que , de certa forma, decidem por adiar a maternidade. Entre os motivos estão o fato de a mulher atual optar por estudar, desenvolver uma carreira profissional e encontrar-se em um nível socioeconômico mais cômodo. Nesse contexto, engravidar depois dos 35 anos vem sendo uma tendência cada vez mais comum.
Pesquisas apontam que a maioria das mulheres que engravidam após os 35 anos, no Brasil, aumentou. Segundo dados do IBGE de 2018, após os 40 este número passou de 48.402, em 1998, para 91.212, em 2018. Independentemente das razões pela opção da maternidade tardia, vale destacar que a idade “ideal” para engravidar ainda se encontra entre os 20 e 30 anos, ao menos para a primeira gestação.
Já quando a gestação ocorre com a mulher mais velha, sabe-se que maiores são os riscos tanto para a saúde da mãe quanto do bebê. Por isso, é importante conferir os riscos que pode trazer e quais os cuidados que a mulher deve tomar. No entanto, sem sombras de dúvidas, o maior ganho de quem opta por ser mãe a partir dos 35 anos é a maturidade para lidar com os desafios que virão com a maternagem.
QUAIS OS RISCOS DE UMA GESTAÇÃO TARDIA ?
Os médicos consideram gravidez de alto risco quando ela ocorre após os 35 / 40 anos, uma vez que a mulher possui mais chances de ter problemas ou até mesmo doenças, assim como também apresenta mais riscos para o bebê.
Entre as complicações mais sérias para a gestante estão:
- Aborto espontâneo;
- Descolamento prematuro da placenta;
- Hipertensão durante a gravidez;
- Parto prematuro e maior tempo de trabalho de parto;
- Maiores chances de pré-eclampsia, eclampsia e Síndrome Hellp;
- Maior perda de sangue;
- Diabetes gestacional e problemas com a placenta;
- Gravidez fora do útero (gravidez ectópica);
- Rompimento do útero.
Para o bebê, os riscos estão relacionados ao aborto espontâneo, ao parto prematuro, à má formação, à morte fetal, à restrição de crescimento intrauterino e a síndromes, como por exemplo a da Síndrome de Down.
COMO TER UMA GRAVIDEZ SAUDÁVEL?
Assim que confirmada a gestação, toda mulher deve realizar o pré-natal com o obstetra que fará o seu acompanhamento periódico até o parto. No caso de uma gravidez tardia não é diferente, ao contrário, por conta dos riscos, os cuidados devem ser intensificados para que tudo ocorra conforme o planejado.
Na primeira consulta, normalmente o médico especialista solicita os exames de rotina e, em caso de necessidade, indica a administração de medicações. As consultas, no caso de uma gestação tardia, devem ser feitas a cada quinze dias a partir do sétimo e oitavo mês, e daí em diante, até a hora do parto, semanais.
Além disso, também é importante que a nova mamãe mantenha alguns cuidados, como ter uma alimentação saudável e balanceada, evitar esforços desnecessários, praticar algum tipo de atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco.
E COMO É REALIZADO O PARTO?
Embora não existam contraindicações para que o parto seja vaginal (normal) em mulheres com uma gravidez tardia, em geral a opção é o cirúrgico (cesárea). Isso porque, por parte da parturiente, existe o receio de complicações devido às dores e à duração do trabalho de parto quando normal.
Independentemente de qual seja o motivo da decisão por uma gestação tardia, ter consciência de todos seus riscos e também de suas vantagens é importante. Felizmente, a medicina evoluiu muito nos últimos tempos, garantindo que cada vez mais mulheres realizem o sonho da maternidade, ainda que não na idade tida como “ideal”.
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