NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL – VOCÊ JÁ OUVIU FALAR SOBRE ISSO?

Nutrição Comportamental - nutricionista conversando com paciente

A ingestão de alimentos é uma necessidade inata. O ser humano já nasce com a habilidade de diferenciar se está com fome ou não, o chamado “comer intuitivo”. Porém, nem sempre comemos para satisfazer os sinais que o corpo manda para atender a sensação de saciedade. Muitas vezes, nós nos alimentamos guiados pelas emoções, por nossos estados de espírito e, logicamente, o resultado não é satisfatório. É nesse ponto que a Nutrição Comportamental surge como aliada. 

A Nutrição Comportamental é relevante no sentido de retomar nossa capacidade de perceber as sensações internas e entender os sinais de fome e de satisfação que o corpo emite. Nesse sentido, visa não apenas às adequações nutricionais, mas também o comportamento do paciente que deverá passar pelas mesmas com a ajuda do nutricionista.

Para essa mudança, é importante que o nutricionista considere, além das práticas profissionais existentes na área, os aspectos comportamentais do paciente que está em tratamento, de forma individualizada. Isso porque, diferentes contextos vão exigir  condutas diversas para que as mudanças sejam saudáveis e duradouras.

QUANDO A NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL É NECESSÁRIA?

Sabe-se que dietas muito restritivas não trazem benefícios à saúde. Em geral, as alterações bruscas de hábitos, carregadas por aspectos emocionais, culturais e sociais, entre outros, são de difícil manutenção pois estão atreladas a prazeres momentâneos.

Nutrição comportamental - paciente sendo avaliada por nutricionista.

Sendo assim, a busca por nutricionista deve ser motivada pela necessidade de mudanças nos hábitos alimentares, seja para qualidade de vida, prevenção de doenças ou atendimento a patologias variadas, como é o caso das dietas elaboradas para diabéticos e celíacos, por exemplo. O papel desse profissional é ligar os pensamentos que estão no comportamento do paciente às escolhas dos alimentos.

COMO É REALIZADO O ATENDIMENTO?

Durante os atendimentos, o nutricionista utiliza ferramentas da nutrição comportamental para trabalhar condutas mais  assertivas que atendam a relação do paciente com a alimentação. Nessa proposta , entende-se que comportamento e mudança de alimentação estão interligados.

O objetivo principal do nutricionista é motivar e acompanhar todo o período de adaptação do paciente às alterações alimentares, para que ocorram de maneira tranquila e permanente, até que se chegue a um novo hábito alimentar e o mesmo se mantenha.

Portanto, a relação entre nutricionista e paciente deve ser de escuta ativa e humanizada. Entender as dúvidas e os desejos do paciente é fundamental para o sucesso do tratamento por meio da nutrição comportamental.

Escuta ativa na nutrição comportamental

Durante a abordagem das mudanças alimentares na nutrição comportamental é preciso espaço para:

  • fazer o paciente sentir-se inserido no processo  por meio não só da narrativa de suas expectativas e necessidades,como também dos aspectos culturais, sociais, religiosos, econômicos, emocionais que estejam se refletindo na sua dieta atual;
     
  • tornar o paciente participante das escolhas que conseguirá realizar durante o processo e, junto ao nutricionista, decidir metas e submetas realistas;
     
  • verificar pensamentos, emoções, gatilhos que desencadeiam dificuldades de adaptação. Em outras palavras, compreender o cenário em que a alimentação acontece e de que forma isso afeta adaptações e mudanças;
     
  • entender como o paciente percebe e interpreta a necessidade de mudança alimentar;
     
  • utilizar ferramentas que informem o estágio em que o paciente se encontra e quais os passos que deverá percorrer para chegar à meta;      
  • averiguar a necessidade de recorrer ao amparo multiprofissional como, por exemplo, do endocrinologista;
     
  • gerenciar as altas expectativas do paciente, reduzindo possíveis cargas de ansiedade, culpa ou desistência possíveis durante o tratamento;
     
  • entender quais são as crenças e os valores do paciente por meio da percepção de suas narrativas que demonstrem haver autocrítica, julgamentos, conflitos e traumas, bem como analisar experiências passadas que envolvam a alimentação.

Estudos apontam que o ato de comer de maneira mais consciente, perceptiva, capaz de desacelerar emoções ( ansiedade, estresse…) e reações automáticas (comer rapidamente) é o caminho para atingir uma alimentação equilibrada. Entretanto, nesse caminho, é fundamental que nos afastemos de julgamentos internos e também externos, como cobranças ou culpas, por exemplo, e estejamos atentos aos pensamentos e sensações.

Comer de maneira consciente é o objetivo da nutrição comportamental

Por fim, vale destacar que todo processo de mudança objetiva uma meta a longo prazo para ser alcançada. Por vezes, porém, para que não haja desistência, a inclusão de submetas voltadas à meta final são necessárias, afinal, pequenas vitórias motivam a seguir em frente.

Além disso, o paciente precisa entender que faz parte desse caminho o autocuidado, o carinho consigo mesmo, a autocompaixão, o respeito ao corpo para entender os seus sinais. Quando os sentimentos estão aliados ao plano alimentar proposto pela nutrição comportamental, tudo ocorre de forma mais tranquila. Então, seja gentil e acolhedora consigo mesma. E, se precisar de ajuda, noEspaço Mulher te receberemos com cuidado e atenção.

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